O gol anulado de Aravena nos minutos finais, que levaria a decisão para os pênaltis, gerou muita revolta dos dirigentes e jogadores do Grêmio. Após o apito final na Arena, que culminou com a eliminação tricolor para o CSA na terceira fase da Copa do Brasil, o vice-presidente do Conselho de Administração, Eduardo Magrisso, o vice de futebol, Alexandre Rossato, e o diretor de futebol, Guto Peixoto, invadiram o campo para protestar contra a arbitragem e foram contidos pelos policiais.
Na súmula, divulgada na quarta-feira pela CBF, o
árbitro Matheus Candançan relatou as ofensas proferidas pelos dirigentes, como
“ladrão”, “bandido”, “sem vergonha”, e o arremesso de uma nota de R$ 2 por
parte de Magrisso. Além disso, o atacante Pavon também foi citado, após tentar
cuspir contra o árbitro, mas acertar um policial. Por causa da cusparada, o
argentino foi levando ao Jecrim da Arena, onde prestou depoimento e liberado em
seguida. Um boletim de ocorrência foi registrado contra o camisa 7, que vai
responder criminalmente.
Os três dirigentes e Pavon devem ser denunciados pela
Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nos próximos
dias. Enquanto o atacante pode ser enquadrado no artigo 254-b do Código
Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), com pena imposta é de seis a 12 jogos
de suspensão, Magrisso, Rossato e Guto Peixoto podem ser inseridos no artigo
258 do CBJD, com punição de uma a seis partidas ou de 15 a 180 dias de
suspensão.
Durante a madrugada de quarta-feira, a CBF também divulgou o áudio do VAR da anulação do gol do
chileno, aos 44 minutos do segundo tempo. No campo, Candançan marcou falta de
Kannemann no defensor do CSA. A decisão foi corroborada pela árbitra de vídeo,
Daiane Muniz.
“Tem um tranco do jogador do Grêmio (Kanneman) nas costas do
adversário, o toque é do próprio companheiro, porém existe sim o tranco do
jogador. Venha na área rever a situação. Existe uma disputa em que o Kanneman
vai para frente, o defensor para trás e eles se chocam”, diz Daiane. Após a
conversa, o árbitro paulista vai ao monitor revisar o lance e mantém a decisão
de anular o gol.
Na zona mista da Arena, após o empate por 0 a 0, o presidente Alberto Guerra fez um pronunciamento,
bradando contra a arbitragem. O mandatário tricolor expôs a insatisfação com os
árbitros do futebol brasileiro, trazendo exemplos de outras partidas onde o
Tricolor foi prejudicado recentemente.
“É inadmissível o que está acontecendo com arbitragem
brasileira. Mais um jogo com erros gravíssimos. Dizem que a banca paga e
recebe, mas contra o Grêmio, a banca só paga” afirmou o dirigente. Na
sequência, Guerra reclamou não apenas do gol anulado, como também de um lance
onde o jogador do CSA não foi expulso, mesmo após consulta do árbitro ao VAR.
“Vai ser convicto assim lá na… lá na outra casa”, disse, contendo o palavrão.
Nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o presidente e o
coordenador técnico Luiz Felipe Scolari terão uma reunião com Rodrigo Cintra,
coordenador-geral da Comissão de Arbitragem Brasileira. O encontro foi
solicitado pelo clube após a partida contra o São Paulo, no último final de
semana, em razão dos recorrentes decisões da arbitragem que o Grêmio julga ter
sido prejudicado. O Tricolor irá apresentar questionamentos e buscará por
esclarecimentos por parte da Comissão de Arbitragem.
Protestos. A madrugada de quarta-feira foi
marcada por protestos dos torcedores, que estenderam faixas no
viaduto da avenida Goethe, com os dizeres: “Fora Guerra”, “Grêmio ou morte”,
“Se domingo não ganhar, o pau vai quebrar” e “CBF BET $$$”.
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